sexta-feira, 21 de março de 2014

Atividade Paranormal (EUA, 2007)


Sinopse

Desde criança Katie (Katie Featherston) ouve ruídos estranhos, sussurros e sente sensações inesperadas. Já adulta, ela mora com seu namorado Micah (Micah Sloat), que, meio cético quanto aos depoimentos, resolve usar uma câmera para gravar tudo o que acontece enquanto eles dormem e vivem dentro da casa. O que era para ser apenas uma forma de esclarecer o mistério torna-se uma experiência intrigante e assustadora.

Ano: 2007

Diretor: Oren Peli

Elenco: Katie Featherston, Micah Sloat, Amber Armstrong

Gênero: Terror.

Confira o Trailer:


quinta-feira, 20 de março de 2014

Deixa Ela Entrar (Suécia, 2008)



Sinopse

Blackeberg, subúrbio de Estocolmo. Oskar (Kare Hedebrant) é um garoto de 12 anos que sente-se só. Na escola ele sempre é provocado por outros garotos e, apesar da raiva que sente, é incapaz de reagir. Um dia, ao brincar no pátio repleto de neve do prédio onde mora, ele conhece Eli (Lina Leandersson). Ela é uma garota pálida e solitária, que se mudou para a vizinhança recentemente, em companhia de seu suposto pai. Apesar do temor em se aproximar de Oskar, logo Eli se torna sua amiga. Paralelamente, uma série de assassinatos macabros acontecem, em que o sangue das vítimas é retirado. Eli está envolvida com estes fatos, de uma forma que Oskar jamais poderia imaginar.

Ano: 2008

Diretor: Tomas Alfredson

Elenco: Kåre Hedebrant, Lina Leandersson, Per Ragnar, Henrik Dahl.

Gênero: Terror , Fantasia , Romance.

Confira o trailer:


terça-feira, 18 de março de 2014

Trainspotting - Sem Limites (Reino Unido, 1996)



Sinopse
Em Edimburgo, na Escócia, vive Renton (Ewan McGregor), um jovem usuário de heroína que leva uma vida despreocupada, dividindo-se entre seu romance com a estudante colegial Diane (Kelly Macdonald) e os encontros com seus quatro amigos viciados: Sick Boy, (Jonny Lee Miller) Um imoral desenhista de HQs fanático por Sean Connery; Tommy (Kevin McKidd), um atleta responsável; Spud (Ewen Bremner), um bobalhão de bom coração e Begbie (Robert Carlyle), um violento sociopata.

Ano: 1996
Diretor: Danny Boyle
Elenco: Ewan McGregor, Robert Carlyle, Ewen Bremner, Kelly Macdonald, Jonny Lee Miller, Shirley Henderson, Kevin McKidd, Peter Mullan.

Gênero: Drama, Policial.

Confira o Trailer:


A Bruxa de Blair (EUA, 1999)

Anos 90... Definitivamente uma década boa para o cinema mundial. Muitas séries novas foram criadas, muitos diretores e atores famosos aperfeiçoaram-se ainda mais e a inovação tecnológica permite agora que as produtoras realizem verdadeiros milagres ao alcance dos olhos dos telespectadores. Entretanto, em meio a tanta inovação, um filme feito de forma simples (ao extremo), com um custo de produção baixíssimo, chamou a atenção do público e, em pouco tempo, tornou-se sucesso, ou melhor, uma febre mundial.

Claro, estamos falando da grande obra idealizada por Daniel Myrick & Eduardo Sanchez, A Bruxa de Blair. A história do filme é muito simples, mas a forma de como ela é conduzida, montada e dirigida dão o toque especial a essa grande produção. Em Outubro de 1994, 3 jovens vão para a floresta de Black Hills nos EUA filmar um documentário sobre uma lenda local: “A Bruxa de Blair”. Um ano após a partida dos estudantes são encontradas as fitas que documentavam a arrepiante e assustadora viagem dos jovens através da floresta... Todos os eventos filmados durante cinco dias mostram como os jovens “desapareceram”.

Um dos maiores êxitos do filme foi justamente a forma como ele fora gravado. Com uma câmera simples, dando ao público a imagem de que aquilo é uma produção amadora que realmente fora filmada pelos estudantes, a sensação de realismo que o filme passa ao público é incrível. Outro grande ponto do filme são os atores. Desconhecidos até então, Heather Donahue, Michael Williams e Joshua Leonard são os principais atrativos do filme, junto com a edição e o próprio enredo. As cenas de Heather durante a noite na floresta, o medo deles, a forma como eles se deparam com a situação pelas manhãs e diversos outros detalhes dão um certo ar aterrorizante ao filme. O suspense e o clima de terror são intensos.

Se olharmos um pouco para os aspectos técnicos do filme, veremos grandes trabalhos também. Neal Fredericks, que cuidou da direção de fotografia, foi fundamental na escolha dos lugares que ele julgava serem mais apropriados para que as filmagens fossem rodadas. Em particular, as cenas noturnas na floresta e a casa final ficaram ótimas em tomadas bem dirigidas. O som também é excelente, ajuda o filme e vai mais além, perfeito, claro, e bem envolvente, como as filmagens.

Apesar de não ter nenhuma cena violenta, de sexo, ou com o envolvimento de drogas, o filme recebeu a censura de 14 anos pela temática e pelo clima excessivamente tenso que A Bruxa de Blair passa a seu público. São 88 minutos de uma nova (e “velha” ao mesmo tempo) forma de se filmar, que resulta em um ótimo divertimento. Procure assistir ao filme à noite ou de madrugada, se possível, deixe-se envolver pelo clima e bons sonhos...

Fonte: CinePlayers



segunda-feira, 17 de março de 2014

O Caminho para o Nada (EUA, 2010)


O cinema é uma máquina de solidão. Um isolamento que precisa ser cultivado e a partir do qual pode nascer uma paixão. Paixão pela imagem, a partir desse espaço novo, essa distância entre as coisas. A estrada que Monte Hellman abre aqui magistralmente tem esse traçado de mão dupla: uma grande orquestração de solidões e paixões, espécie de jogo vital cuja moeda é o encantamento. Nada sobra desse jogo. Seu desembocar é exatamente o lugar onde nos perdemos. Mas perder-se aqui significa, mais do que se desorientar, perder a si mesmo como unidade, entidade segura em suas próprias fronteiras. Trata-se de se esquecer e poder se transformar em outra coisa. Não é outro o processo do espectador de cinema: amar e transformar-se, para ao fim permanecer o mesmo, modificado. Esse poderia ser o enredo desta tragicomédia de Hellman.

Cada cena de Caminho para o Nada (e é preciso notar que a tradução brasileira do título lhe adiciona sentido sem trair o original, dando lhe a possibilidade da primeira pessoa - isto é, sim, um grande e raro feito) é esculpida como uma lenta transformação ou metamorfose para esse destino incerto onde tudo se encontra (o nada), onde Hellman exibe seu senso visual extraordinário e discreto, ao mesmo tempo racional, lúdico e farsesco. Há um desnivelamento consciente das atuações em relação às densas atmosferas construídas que a estrutura do roteiro não só justifica, mas adensa em profundidade no seu jogo permanente de camadas. Ao longo da projeção, esses níveis não cessam de se fundir, de se atravessar, em direção a uma limpidez absoluta. Dois exemplos magníficos desse jogo de aproximações a partir do qual o filme se estrutura são os dois planos-chave do filme em relação à figura de Laurel Graham/Velma Duran (Shannyn Sossamon).

 A aproximação, através da imersão, do mergulho, gera um outro sentido, reconfigura o todo, o estado, a camada onde estávamos. Cada movimento em direção ao outro, cada avizinhamento, muda as bordas da imagem, e assim é criado um novo limite e uma nova coisa. E esse regime de mudança universal é onde todas essas imagens se unem. O registro não cessa de diferir para continuar o mesmo.
Hellman estrutura suas cenas com grande cuidado em suas relações internas; afia suas dinâmicas, para que, ao final, elas sejam sempre outra coisa. Mas chega a um lugar que aponta em direção a um indiferenciado, e não uma alegoria ou um sentido pré-existente. Um lugar sólido, palpável, mas não positivo ou afirmativo. "Nowhere". O filme se baseia numa idéia de abertura permanente, seguindo um caminho bastante uniforme de apresentar elemento por elemento, criar relações entre essas partes, e dali criar mais uma, fechando ou abrindo o quadro, revelando ou ocultando espaços.

Estamos diante de uma obra de economia absoluta na sua relação com o espaço. Cada locação é retomada de uma maneira nova que adiciona e reitera a aparição anterior, como na primeira e última cena. Esses reposicionamentos (também nossos) não são nunca surpresas ou truques, como na emblemática cena onde Haven enquadra a equipe que não parecia fazer parte da situação do tiroteio. A cada novo movimento concluímos: estava tudo ali, sempre. Se o filme nos pede o tempo todo uma aproximação sensível na sua armação de peças, seu mecanismo “racional”, de causas e efeitos, é absolutamente impecável porque óbvio. O que é rara é a capacidade de impedir que o auto-comentário tome a frente da cena, do drama, que não para de se desenrolar, e que se justifica nesse nível das motivações e desenlaces. O distanciamento paródico permanece como risco eminente, mas nunca rouba cena. A técnica de Hellman é nos cegar justamente pela insistência na clareza.

A câmera é então a arma, o artefato que dispara esse jogo de aparições, mutações e ausências ambulantes que não pára de fascinar aos personagens e também a nós. Mitchell Haven é figura que condensa esse transe, que resulta da paixão (que também significa martírio, sacrifício, isto é: mudança) pela figura humana materializada por Sossamon. Isso só reforça essa dimensão ontológica de Caminho. Ver é um jeito de atravessar as coisas, de fazê-las perder os contornos; é, enfim, uma relação de transformação das partes envolvidas. É isso que essa arma faz: cortar as coisas, dar-lhe outros limites e contornos, onde as partes deixadas de lado não importam mais, não fazem mais parte do jogo. Caminho para o Nada flerta com a abstração a partir de sua depuração constante da cena, mas nunca a abraça por completo. As ligações se dão e a solidão não se rompe, só aumenta, na verdade, num trajeto novamente beckettiano na obra de Hellman (como em Corrida sem Fim, por exemplo). Trata-se de uma série de desdobramentos de um mesmo estado, a se expandir e a se contrair. Um exercício conceitual, uma série de variações sobre uma mesma idéia, como em O Intruso de Claire Denis, só que em fusão com um filme B.

A questão que se coloca ao fim é o medo; medo de se entregar, de se deixar. Acreditar é estar vulnerável, é dar crédito ao incerto, a esse “nada”. No fundo, todas as relações ali são de crença (do diretor com a atriz, com o roteirista, com a blogueira, e assim por diante). O que distingue os personagens é essa capacidade. O drama é da crença em face do desconhecido, é o da carta branca para a morte, é aceitar ser conduzido pelo abismo e aproveitar a viagem. É essa a graça desse caminho, inevitavelmente solitário.

Fonte: Revista Cinética

Confira o Trailer:

sexta-feira, 14 de março de 2014

A Guerra dos Botões - Crítica

Pode parecer estranho para a juventude de hoje, mas houve um tempo em que não havia videogame nem telefone celular – internet, então, nem pensar! As maravilhas da vida moderna são relativamente recentes, tendo se popularizado da década de 80 para cá. Antes disto, ser criança era quase sinônimo de passar o dia na rua. Seja jogando bafo ou bola de gude, pulando amarelinha ou subindo nas árvores, era comum viver ao ar livre, ao invés de enclausurado nos playgrounds. A Guerra dos Botões traz de volta esta época, assim como fez o brasileiro Menino Maluquinho na década passada. Ambos são filmes de certa forma saudosistas, que chamam a atenção pela ideologia e ingenuidade de uma época aparentemente perdida no tempo e no cinismo dos dias atuais.

Situado na França dos anos 60, A Guerra dos Botões traz a história dos Longevernes, um grupo de garotos da aldeia homônima que mantém uma rivalidade tradicional com os Velrans, de uma aldeia vizinha. É a velha guerra de gangues, recauchutada para o ambiente retratado e ampliada por sua manutenção através de gerações. O atual líder dos Longevernes é Lebrac (Vincent Bres, convincente), exemplo de coragem para seus companheiros, que precisa ainda lidar com problemas em casa e na escola. É ele também que banca a permanência de Lanterna (Salomé Lemire), uma garota – sacrilégio!, dizem alguns integrantes -, apostando em seu valor para o grupo e deixando de lado preconceitos do tipo menina não entra, no melhor estilo clube do Bolinha.

É através das batalhas entre Longevernes e Velrans que o diretor Yann Samuell situa, pouco a pouco, um universo infantil ao mesmo tempo ingênuo para os dias de hoje, mas também sem se prender ao politicamente correto. As crianças de ambos os grupos falam palavrão, mesmo que não entendam bem seu significado. Há uma enorme rivalidade entre eles, que os impulsiona a promover tocaias e partir para a briga, mas ao mesmo tempo existe uma certa ética que os impede de humilhar uns aos outros. Ou melhor, até humilham, mas dentro de uma lógica própria. O melhor exemplo disto é o que acontece quando os Longevernes fazem um prisioneiro. A grande conquista, o meio que usam para acabar com a moral do capturado, é simplesmente arrancar os botões de sua camisa. Por que? Pois assim o garoto em questão receberá uma tremenda bronca – e possivelmente uma surra – de seus pais. A glória de tê-lo capturado e imposto tamanha situação é o suficiente para aplacar o ego da vitória.

Com um elenco infantil selecionado a dedo, com destaque para o carisma do pequeno Gibusinho (Tristan Vichard) e a caricatura malvada do inimigo Asteca (Théo Bertrand), A Guerra dos Botões é um filme que diverte pela ambientação retratada e também pela rivalidade ética existente entre Longevernes e Velrans. Uma situação que vem do passado, como demonstram as divertidas cenas de confronto entre os agora professores Merlin (Eric Elmosnino) e Labru (Alain Chabat). Destaque também para as curiosas animações exibidas ao longo dos créditos finais. Bom filme.

Confira o Trailer:



Fonte: Adoro Cinema